Vejo aquela menina andar despreocupada pelas ruas da cidade à noite, como se a Lua cheia que ilumina essa noite fria de abril lhe pertencesse. Ela anda suavemente como se fosse embalada pela música de Yan Tiersen. Observo o vento balançar seu vestido, seus cabelos e as folhas secas que abrem caminho a sua passagem. Fico a imaginar que pensamentos podem trazer um ar de tanta tranqüilidade ao rosto daquela mulher. Sigo-a de maneira instintiva como se segui-la fosse uma maneira de chegar ao lugar que eu sempre soube que deveria estar. Ela se dirige a um bar cuja fachada dizia “Aos que tem sede”. Senta-se sozinha numa mesa no canto esquerdo e pede vodca pura. Observo enquanto ela bebe de um só trago seu copo de aguinha. Ela continua com aquela expressão de quem sabe, sabe ser e estar. Mesmo sentada ela ainda parece bailar.
Não consegui resistir ao impulso que me levou até a sua mesa e perguntei:
- Você é sempre assim?
Ela se volta com aquele sorriso de mãe que vai contar uma história de aventura ao filho, coloca o dedo indicador no queixo e diz:
- Ninguém é sempre assim, baby, seja lá o que esse ‘assim’ quer dizer.
Ao perceber meu olhar interrogativo e insistente ela pergunta:
- E você? O que você faz aqui?
E eu respondo com a calma de quem conversa com um amigo íntimo:
- Eu estou aqui para testemunhar a sua vida, para te ver passar.
- Você é sempre assim?
Ela se volta com aquele sorriso de mãe que vai contar uma história de aventura ao filho, coloca o dedo indicador no queixo e diz:
- Ninguém é sempre assim, baby, seja lá o que esse ‘assim’ quer dizer.
Ao perceber meu olhar interrogativo e insistente ela pergunta:
- E você? O que você faz aqui?
E eu respondo com a calma de quem conversa com um amigo íntimo:
- Eu estou aqui para testemunhar a sua vida, para te ver passar.