quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Eternidade



Tenho horror ao efêmero!

O instante que se perde

O rosto que se esquece

O cheiro que se dissipa

A leveza de não- ser e não- estar

O não- pertencimento

O não- lugar

A eternidade me é cara

Pesa em meus ombros

Sofro de escoliose simples

Um corcunda rodeado por pessoas de postura impecável

Mais perto da Terra

Mais perto de mim

Permane-sendo.

Um dia qualquer



Dormir...
Perder-se num sono sem sonho
Acordar
Procurar
Ruas vazias
Pessoas vazias
Ônibus lotado
Braços desconhecidos entrecruzados
Sorrisos perdidos
Lentes de contato
Bahia de Todos os Santos
Beleza prostituída
Logo ali, ao lado.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Amemos, meu bem!




Amemos, meu bem! Amemos!
Cheguemos antes do tempo,
Esperemos por ele com a doçura de quem espera o primeiro filho
Românticos sem tuberculose!
Junta o teu silêncio ao meu e criemos poesia
Poesia da vida que podemos sonhar
E sonhando vivemos
E vivendo esquecemos
E esquecendo amamos
E amando morremos
E renascemos
E em dores de parto sorrimos mais uma vez
Um sorriso de curiosidade, dúvida e intrepidez