sexta-feira, 13 de maio de 2011



“Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”


Os homens realmente esquecem de tanta coisa hoje em dia. É tão mais fácil não ser, não pertencer, não se dar, não se comprometer, não falar. Quantas vezes nos deparamos pelas ruas com pessoas que conhecemos e trocamos cumprimentos tão vazios de significado! O quanto realmente as pessoas se interessam pelo que o ‘outro’ pensa e sente? Quando perguntamos ‘Como vai você?’ estamos mesmo preparados para a verdade que esta pergunta pode trazer à tona? Será que temos tempo no nosso cotidiano apressado para ouvir o que se passa pela mente das pessoas ao ouvir tal pergunta? Acredito que o cérebro nem se dá mais ao trabalho de processar o real significado dessa pergunta tão simples. Automaticamente respondemos ‘Tudo bem! E você?’ Ás vezes me deparo com um cenário interessante, perguntamos duas vezes a mesma coisa por falta de um diálogo real:

- Tudo bem?
-Tudo.
- Como está você? Tudo bem?
- Tudo bem.


Não será isso na verdade um apelo inconsciente para ser ouvido?


E assim seguimos a nossa vida cheia de atividades e vazia de significado.


‘Comamos e bebamos, pois amanhã morreremos’? Que doce ilusão! Todos os dias eu acordo e vivo as conseqüências do que eu fui no dia anterior. O ontem está aqui, o hoje estará em mim amanhã. Talvez amanhã deixemos sim é de tanto morrer.


Não acredito em relações humanas sem sentimentos, sem compromissos, sem responsabilidades. Não consigo suportar a leveza de não pertencer, de não ser, de não criar laços, de apenas viver momentos breves em que metade de mim é esquecida. Sou um todo, e parte para mim não é suficiente. Mas, como disse o Pequeno Príncipe: “As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Pra uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas.”