Busco meus olhos
defronte ao espelho, na esperança te enxergar em minhas retinas. No meu íntimo
jaz tua imagem por mim criada e acarinhada, antagonista de tua própria realidade.
Rendi-me a Plath, e de seus poemas fiz minhas confissões – todas entregues a ti
em forma de delírios febris. Seu rosto tonto, sua testa enrugada só me diziam
confusão e eu te desconheci daquela que morava dentro de minha mente. Diante de
tuas discrepâncias, ponderei te abandonar ainda segurando tuas mãos, e em
respeito fúnebre a tua partida cobri todos os espelhos da casa...
Pensar-se como ilha, longe, longe longe... Eis mais um Crusoe de nosso tempo, mas um anti-heroi entediado e que com deleite lamenta não se irmanar. Tão comum, tão cult, tão burguês. Não produz nada do que saboreia, resta coletar pedaços amanteigados de vida vibrante, poemas, musicas, filmes, metafisica e se declarar incompreendida. Tudo está na rua, coisas pequenas e nos conflitos pequenos do cotiano, com as pessoas. Nunca fomos tão iguais, talvez por isso somos conduzimos a nos pensar tão isolados. Nosso tempo.
ResponderExcluirCobrir os espelhos é aceitar as pessoas como elas são, e não como queremos que elas sejam, somente assim poderemos compartilhar algo, ou se compartilhar com alguém...
ResponderExcluirEm todo caso, obrigada pelo comentário, ele me ajudou a re-pensar certas coisas.
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